drama / romance
Amores de Chumbo
“Esse passado é um eterno presente”.
Amores de Chumbo trata de um triângulo amoroso, questionando o limite de cada um diante de segredos e paixões interrompidas. Quarenta anos separam Maria Eugênia, escritora pernambucana radicada na França, do casal Miguel e Lúcia que acabam de comemorar união de quatro décadas. O retorno de Maria Eugênia suscita dúvidas e desconfianças há muito tempo guardadas. Miguel, professor de Sociologia e ex-preso militante, deseja encarar a verdade e Lúcia, parceira de vida que se dedicou a tirá-lo da prisão, quer fugir dela. É pelo ponto de vista desses três personagens centrais que revivemos a história política e social da época do chumbo; uma história que mudou o rumo de muitas vidas.
Visão da diretora
O “Amores de Chumbo” foi a minha maior escola no cinema. Filha de ex-presos políticos da Ditadura Militar no Brasil, fecundei em mim mesma o desejo de fazer esse longa-metragem. Me orgulha infinitamente que o discurso fílmico tenha sido criado do roteiro à montagem, desenhado na arte e potencializado na produção por tantas mulheres. O processo de fazer um filme é sempre uma gestação de um mundo simbólico. Tem sido uma alegria falar com públicos tão diversos e é para isso que eu faço cinema. Sem o diálogo com o outro não há vida na tela.
Parceiros
O Funcultura – Fundo de Cultura de Pernambuco, através de edital público, incentivou, em 2008, o desenvolvimento da primeira versão do roteiro de Amores de Chumbo. Inspirada por reais histórias reais de amores vividos nesse período, a diretora e roteirista escreveu a primeira versão da ficção. Após alguns anos e a evolução do projeto, o argumento mudou de tal maneira que foi necessário reiniciar o processo de desenvolvimento. Estabeleceu-se a parceria entre a Plano 9 e a Garimpo, produtora de Tuca Siqueira. Em 2013, o Edital do Funcultura contempla o projeto com o fomento para a fase de produção do Amores de Chumbo e a roteirista Renata Mizrahi é incorporada à equipe do filme. No ano seguinte, o filme é selecionado pelo edital de desenvolvimento do FSA – Fundo Setorial do Audiovisual – PRODAV 5 (Ancine/Brde), agregando a consultoria de roteiro de Miguel Machalski.
Em 2014, o projeto foi selecionado para o BrLab, laboratório de desenvolvimentos de projetos da América Latina, realizado em São Paulo/ Brasil; em 2015, foi convidado para o Cinéma en Développement no Festival Cinélatino, em Toulouse/França. Neste mesmo ano, a produtora conseguiu completar os recursos para a produção e finalização do longa, através dos recursos do Prodecine 01, na da chamada pública para fomento da Ancine/FSA/BRDE.
O Funcultura voltou a investir no filme, através do edital de distribuição, que possibilitou a circulação comercial do filme, bem como a distribuição alternativa, que constitui também a contrapartida social do projeto, conforme previsto no fundo regional do Governo de Pernambuco. Amores de Chumbo” estreou no Festival de Cinema do Rio e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo/ 2017. O filme ganhou os prêmios de melhor roteiro, direção, fotografia, trilha sonora e direção de arte no Festival de Cinema de Triunfo/ 2018. No Festival Ibero-Americano de Cinema Contemporâneo/ 2018 levou os prêmios de melhor filme, melhor direção, melhor ator, direção de arte e cartaz. Na “Mostra de Cinema Contemporâneo do Nordeste, Aderbal Freire Filho ganhou seu terceiro prêmio de melhor ator com o longa e o “Amores de Chumbo” foi eleito o melhor filme do 7th Indian Cine Film Festival/19.
Além de festivais e salas de cinema, Amores de Chumbo chegou a canais de TV de acesso condicionado, linhas aéreas e plataformas de video on demand.